A iGUi, veterana do segmento de piscinas pré-fabricadas, diz ter tido seu melhor ano em 2023, com faturamento de R$ 2,13 bilhões.
Segundo o fundador e CEO, Filipe Sisson, a alta da ordem de 10% foi alavancada por um clima mais quente e menos chuvoso e pela redução dos juros — fator crucial em um filão cujos modelos mais sofisticados têm tíquete médio de dezenas de milhares de reais.
O crescimento se deu após um 2022 de estagnação para a iGUi — “teve muito chuva, incerteza política com as eleições e Selic elevada”, explica Sisson — e de retração para o setor como um todo. O número de novas piscinas instaladas no Brasil caiu de 134 mil para 103 mil naquele ano, um recuo de 23,1%, segundo a Associação Nacional das Empresas e Profissionais de Piscinas (ANAPP).
— Em 2023, tivemos uma reversão da trajetória dos juros, calorão e ausência do clima de incerteza política, o que nos proporcionou uma folga para crescer. Mas o crescimento veio do Brasil, já que nossas receitas lá fora ficaram estagnadas — conta o CEO da iGUi, que opera em 54 países.
‘Efeito pandemia’
O setor de piscinas no Brasil como um todo foi estimado em R$ 12 bilhões em 2022 pela ANAPP, mas a iGUi atua exclusivamente no segmento de piscinas residenciais pré-fabricadas. Nele, a companhia é, de longe, o maior player nacional. De acordo com Sisson, a empresa é também a maior fabricante do mundo nesse filão.
A companhia opera com três marcas: iGUi, cujas piscinas têm acabamento de porcelana e cerâmica e podem custar mais de R$ 100 mil; Splash, de piscinas de fibra de vidro, mais baratas, que foram a origem da companhia e ainda respondem por 60% do negócio; e Tratabem, uma franquia de lojas de manutenção de piscinas.
Fundada em 1995, a iGUi foi beneficiada pela disparada de gastos com a casa durante o confinamento pandêmico, quando clubes fecharam as portas e o acesso à praia tornou-se mais difícil. Antes da Covid, o faturamento da companhia ficava abaixo de R$ 1 bilhão.
— O período da pandemia foi extraordinário para nosso negócio. A importação de insumos ficou mais difícil, mas o interesse por piscinas dobrou. No primeiro ano, crescemos 70% — explica Sisson. — Para 2024, a meta é manter o crescimento de dois dígitos. Janeiro já foi bom.