Para quem não sabe aquela tampa de refrigerante, suco e água, que muitas vezes é jogada no lixo tem um valor… ela pode ajudar pessoas com deficiência e ainda ajudar animais abandonados
Em 2016, foi lançado pelo Congresso Brasileiro do Plástico (CBP) um programa socioambiental chamado “Tampinha Legal”, tal programa possui caráter educativo de iniciativa da indústria de transformação do plástico da América Latina. Ele propõe ações modificadoras de comportamento e hábitos das pessoas através incentivo da coleta de tampas de plástico, aumentando o nível de esclarecimento quanto ao destino dos resíduos plásticos.
O projeto tem como objetivo recolher tampinhas plásticas e reverter 100% dos recursos obtidos com a venda para a entidades, ou seja, o valor integral das tampinhas vendidas vai para a instituição que necessita de recursos. Além disso, o projeto ajuda na sensibilização e mobilização de pessoas para dar destino correto aos resíduos de plástico.
Para ajudar basta você começar a separar as tampinhas que você encontrar, pois somente no mês de Março de 2019, o Tampinha Legal já entregou cerca de 20 toneladas para a reciclagem, o equivalente a 40 mil reais para as entidades! Atualmente, o projeto tem mais de 500 pontos de coleta espalhados pelas cidades, podemos encontra-los em hospitais, órgãos púbicos, escolas, comércio e empresas.
Se na sua cidade ainda não possui ponto de coleta, não se preocupe, você pode abrir um. Existem duas formas para abrir os pontos de coleta:
- pelas entidades assistenciais ou
- pelas pessoas que procuram o Tampinha Legal, informando que desejam ser um ponto, se você for uma delas é necessário escolher uma das entidades assistenciais cadastradas em sua cidade para destinar suas tampinhas ou indicar uma entidade que tenha interesse em se cadastrar. A partir do momento que existe um ponto de coleta terão urnas distribuídas pelo projeto às instituições para a arrecadação e armazenamento das tampinhas. As entidades assistenciais cadastradas no programa buscam as tampinhas nos pontos de coleta, separam por cor e colocam em um saco padrão, também fornecido pelo projeto. Aqui já ocorre o início da triagem do material, separando-o de outros objetos que acabam indo junto para os pontos como por exemplo pilhas, baterias, lacres de latinha, moedas, etc. É necessário retirar esses materiais, pois eles podem estragar as máquinas do reciclador e desvalorizar o material.
Após a triagem e separação por cor, as entidades entregam as tampinhas no deposito do projeto, onde aguardam atingir a quantidade mínima para então o projeto acionar o reciclador. A quantidade mínima é em torno de 2 a 3 toneladas, mas somando todas as entidades cadastradas esse número é rápido de se alcançar.
Quando a quantidade mínima é atingida, o reciclador é chamado parar comprar as tampinhas e paga diretamente na conta das entidades assistenciais, garantindo assim que todos os recursos das tampinhas cheguem às entidades assistenciais. A partir daqui é responsabilidade da administração da entidade dar destino ao valor arrecadado, geralmente as entidades utilizam para pagar a folha de pagamento, outras para reformar a sede, a biblioteca, construir banheiros ou comprar cadeiras de rodas. Algumas entidades utilizam para proporcionar refeições a seus usuários, e ainda ajudam os animais abandonados, comprando ração e/ou fazendo a castração destes.
Você sabe por que o plástico é o escolhido para esse projeto? Um estudo da indústria brasileira de embalagem, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) diz que, o plástico representou a maior participação no valor da produção de embalagens no país, correspondente a 38,85% do total, seguido pelo setor de embalagens celulósicas com 34,09% (papelão, cartolina, papel cartão, papel sulfite), metálicas com 18,15%, vidro com 4,43%, têxteis para embalagens com 2,53% e madeira com 1,95%. Adicionando a isso, a recicladora chega a pagar entre R$ 0,60 a R$ 2,00 por tampinha, dependendo de fatores como tipo de plástico, estado das tampinhas e separação por cor! As tampinhas possuem uma melhor valorização para a venda, pois o material é mais nobre e poderá ser usando para confeccionar uma número maior de produtos coloridos.
Existem vários exemplos de entidades que estão se beneficiando do projeto “Tampinha Legal”, um deles é a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Tramandaí, que usará o valor para comprar um mamógrafo para o hospital da cidade. Outra entidade é a SOMAR- turismo adaptado, essa entidade localizada em Cabo Frio-RJ proporciona a entrada no mar, a realização de surf adaptado e ainda o lazer com cadeiras especiais para água. Existem algumas entidades de animais que também fazem parte do projeto como por exemplo: “Tampatas” e “Rio eco pets”.
Você está em dúvida de quais tampinhas separar? Aqui vão algumas possibilidades: PET, shampoo, esmalte, detergente, desodorante, pasta de dente, tampinhas das caixas de leite e suco, mas é bom lembrar: vale qualquer tampa desde que seja de plástico!
Para cadastrar uma entidade ou se tornar um ponto de coleta ou saber mais, basta você entrar no site oficial do projeto (https://tampinhalegal.com.br/ ) e realizar o cadastro.
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