Empresas de Rio Preto e região apostam na internacionalização e rompem fronteiras como forma de aumentar a competitividade e de fortalecer a marca em território nacional região de Rio Preto tem forte DNA empreendedor e é berço de marcas que alcançaram reconhecimento nacional. Depois de conquistar espaço em solo brasileiro, trilharam o caminho da internacionalização.
Franquias e empresas de diversos setores nascidas em Rio Preto e cidades próximas romperam as fronteiras nacionais e hoje estão espalhadas por diversos países. Produtos ou serviços criados por empresários da região podem ser consumidos por americanos, angolanos, colombianos, argentinos e, mais distante um pouco, pelos iranianos.
O processo de internalização da marca vem ganhando força nos últimos anos na região de Rio Preto, mas não é de hoje que acontece. A rede de iGUi, de Cedral, é a primeira franqueadora brasileira em número de unidades fora do País, 38, de acordo com o ranking 2016 da Fundação Dom Cabral, que considera os dados de 2015.
De 2015 para 2016, a presença subiu de 23 para 38, com novas unidades principalmente na América Central e Caribe. No índice de internacionalização, a iGUi fica em segundo lugar, com 17,9%, atrás da Dudalina, que tem 19,2% operações no exterior.
De acordo com Filipe Sisson, CEO da iGUi, são mais de 200 lojas no exterior, incluindo seis fábricas, três na Argentina, uma no México, uma em Portugal e uma no Paraguai. A internacionalização começou em 2005, na Argentina. “Estamos fechando um franqueado no Irã e a operação no exterior hoje representa entre 15% e 20% do faturamento”, disse Sisson.
O plano de expansão mundial tem como meta atingir a maioria dos países do mundo até 2020. Para isso, a rede busca outorgar licenças de fábricas (master franquias) para abertura e consolidação dos novos mercados e apresentar diferentes modelos de negócios. Neste ano, almeja atingir a marca de 50 países e expandir a sua atuação nos Estados Unidos, com abertura de duas novas franquias. Hoje já existem duas.
A iGUi nasceu em 1995 no Rio Grande do Sul para trabalhar com fabricação e venda de piscinas de fibra e equipamentos para filtragem, entre outros. A vinda para Cedral se deu em 2000, quando foi aberta a primeira fábrica fora do Rio Grande do Sul. A escolha de Cedral para sede da empresa, em 2008, se deu em virtude do potencial de mercado da região de Rio Preto, por ser no Sudeste e uma cidade tranquila.
Processo
O processo de internacionalização pode ser adotado por qualquer empresa, afirma Thiago Brandão Farias, gerente do Sebrae-SP.O que varia, segundo ele, é o tempo de maturação, ou seja, se será necessário mais ou menos trabalho para isso. “A primeira questão é conhecer a empresa e o que precisa ser melhorado para alcançar o mercado internacional”, disse.
O Sebrae tem uma ferramenta on-line que permite esse diagnóstico e que mostra o que precisa ser preparado. Por exemplo, se há conhecimento da cultura onde o produto/serviço vai entrar, se há pessoas que dominam o idioma, se o produto precisa de adequação. “Em seguida, vem o plano de ação para a internacionalização, onde dois pontos são cruciais: o produto e ou serviço e qual será o mercado em que se pretende começar. “Vou escolher um mercado mais próximo culturalmente ou geograficamente? Preciso adaptar o produto ou a marca? São questões que integram essa fase”, diz.
Para se ter uma ideia de adaptação, a Kibon mantém o mesmo símbolo nos países em que atua, o coração em espiral, mas em cada lugar tem um nome diferente (em Portugal é Olá, no Reino unido e China, Wall’s e na França, Miko, por exemplo). Essa foi uma forma de adaptação da marca.
A principal vantagem da internacionalização é o fortalecimento da marca dentro do próprio País. As parcerias com parceiros de fora também traz melhorias na parte operacional, com o conhecimento de novas tecnologias ou tendências do mercado. “E ainda existe o aumento do lucro em razão da redução de custo de produção pelo aumento da escala”, disse.
Segundo Farias, a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas trouxe evidência para o Brasil e despertou interesse por alguns produtos, como por exemplo, moda praia e fitness, bebida típica e comida.
A internacionalização não se restringe a abrir um espaço físico, explica Farias. Ele diz que as exportações por meio de sites business to business (B2B) são um caminho para empresas menores e a própria participação em feiras no exterior e missões internacionais também. “O empresário precisa seguir as tendências mundiais do seu setor para enfrentar a concorrência que vem de fora”.
fonte: Jornal – Diário da Região